sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Recapitulando, versão mamãe!

A versão da mãe...

Como disse o pai, o primeiro mês é desesperador. Mas acho que o susto serve pra você ver que “o depois” sempre é melhor!
Para não perder alguns detalhes e sentimentos dessa primeira fase aqui vai o meu depoimento.

Quando a gente ouviu o coração dela a primeira vez foi emocionante. Você não tem ideia que uma coisa (porque literalmente é uma coisa sem forma nenhuma) que mede 3 cm tem um coração que bate! É uma novidade e um susto. Mas só fui me dar conta de que era mãe quando vi seus dedinhos. Esse ultrassom foi o “ó”. Muitos enjôos depois e nenhum desejo (a não ser por um tomate no horti-fruti) eu fui curtir a gravidez mesmo no período dos 6 aos 7 meses, depois minha barriga estava enorme e tudo incomodava.

Maternidade
Cesariana agendada porque a Mariana não queria saber de sair lá de dentro. Achamos que seria um bebê dorminhoco e preguiçoso... HAHAHAHAHAAHA! (perceberam a gargalhada né?).
Claro que foi paixão instantânea e você acha aquela carinha toda amassada a coisa mais linda do mundo e todos os bebês não chegam nem perto do seu em termos de graça. Depois você olha as fotos (hoje as de quase 4 meses e meio) e pensa que estava cega de hormônios. E estava mesmo, cheia de hormônios você quer matar todo mundo que chega perto do seu bebê. Enfim, pensando bem, ainda hoje devo ter algum excesso de hormônio...
Dormiu uma semana no quarto do papai e da mamãe e já foi p seu berço no seu próprio quarto (desespero nosso, mas temos que criar filhos independentes). Desde esse dia ela dorme sozinha.
E aí começam as neuras e meu coração a ser partido em caquinhos... primeiro dia de vida e ela leva uma injeção!! O que é isso gente?!!! É um absurdo!!! Mas beleza, eu não podia sair correndo da cama para pegá-la, então a enfermeira deu a injeção e o pai quase teve um infarto.
Quatro dias de hospital e casa. Bem, aí vem a parte que o marido contou sobre o sono e a amamentação. Mas no segundo dia de casa... outra furada: colocar os brincos! Mulher sofre desde que nasce!

Primeiro mês
Falta de sono, excesso de hormônios e aquele monte de aula de microbiologia na cabeça... resultado: eu mato quem não lavar as mãos antes de pegar a Mariana! (E isso vale até hoje, ok?! Fica a dica para não levar uma xingada.)

Segundo mês
Tudo o que o marido escreveu, mas tem um detalhe, todo e qualquer espasmo do rosto da mariana eu tinha que convencer o Rodrigo de que não era sorriso! Trabalho árduo de conscientização.
As vacinas deram uma reação forte e pela primeira vez experimentamos a sensação de ver ela “doente”. É de rachar a gente ao meio e desse dia em diante você reza muito para ela não ter nada nunca, porque você acha que vai morrer!

Terceiro mês
Tudo o que o marido descreveu... acrescentando que Mariana é um bebê grande e já perdeu um monte de roupinhas! Começou a passear, foi no shopping, almoçar fora, toma sol de tardezinha caminhando com o papai no baby bag... 
É uma Maria Gasolina e adora andar de carro. Diferentemente da maioria dos bebês ela raramente dorme com o “balancinho” do carro. Fez sua primeira viagem para Dourados no dia 30/12. Comportou-se muito bem a não ser pelo berreiro quando viu a cara do avô. E isso se tornou uma prática, Mariana estranha tudo. Alguém diferente aparece e a primeira reação é esticar um beicinho e choradeira. Depois de alguns segundos e umas gracinhas, um sorrisão. Traços de personalidade...

Quarto mês
Mariana tem dormido bem melhor e aprendeu a fazer manha. Estou tentando escrever uma tese de doutorado. Fico no computador de manhã e ela deitada na cama atrás de mim. Aí começa com um hããããããããããããããããããããããããã... respira e hããããããããããããããããããããããããã... respira e hããããããããããããããããããããããããã até eu falar e brincar um pouco com ela. Dá um tempo de uns 10 minutos e... hããããããããããããããããããããããããã.

Essa noite aprendeu a virar de bruços e o pai quase morreu de apreensão! Se fosse por ele teria dormido no lado do berço dela, mas se conteve e foi dormir comigo. J
Nunca vi alguém gostar tanto de uma banana e ser tão convincente em odiar mamão (ela faz ânsia de vômito quando se coloca mamão na boca dela, seja a fruta esmagada ou o suco! Personalidade...
A gente pagou para fazer as vacinas particulares e não adiantou nada. Reação forte na Mariana de novo. (Quando encontrarmos a médica de novo ela vai se lembrar pro resto da vida quem é a mãe da Mariana...)

Acredito que o quinto mês será adorável. Vão começar as papinhas.
Fora isso, fica uma observação importante: o papai é apaixonado pela Mariana e baba, mas baba muito pela sua pequena. Se pudesse teria dado de mamar. Tem sido um pai excelente, com disposição mesmo quando dorme com ela no colo. Eu até to pensando em ensinar a primeira frase da Mariana para surpreender o papai quando chegar do trabalho “papaizinhoooo, carro zero...”. No outro dia com certeza vai ter uma Ecosport ou uma Duster com fita vermelha na porta. J

Quanto a mim, acho que tenho me saído muito bem também. 


Recapitulando... 1, 2, 3 e 4

Pois então, lá se foram pouco mais de 4 meses. Ainda não consegui perceber se foram extremamente lentos ou rápidos. Dependendo do que penso tenho uma opinião diferente. O que por um lado deve ser positivo, porque aqueles que têm filhos dizem sempre que essa fase “passa rápido”. Então, logo, se estou curtindo, está bom.
O silêncio dos últimos meses em um blog que pretendia registrar o crescimento da Mariana reflete nada mais nada menos que eu não tinha a mais vaga ideia do que me aguardava. Mas aqui estou para fazer uma recapitulação do quatro primeiros meses.

Primeiro mês:
Neste período – falo por mim, caso a mãe queira me acompanhar, fique à vontade –, tudo é desesperador. Embora ela tenha chegado cheia de saúde e termos recebido todas as recomendações possíveis, na primeira noite dela em casa conosco, sozinhos, passei parte da noite sentado ao lado do carrinho com a luz do nosso banheiro acesa e a porta entreaberta para me certificar de que ela estava respirando.
As mães e os pais que se propuseram a mergulhar na aventura irão entender quando eu disser que além de não sabermos o que ela está sentindo, talvez a segunda pior sensação seja a de não saber quando você irá/poderá dormir. Eu me senti como o Al Pacino naquele filme Insônia. Chega um momento – logo depois de você pensar em bater com sua cabeça na parede bem forte para desmaiar e dormir um pouquinho, mas desistir porque pode resultar em algum dano cerebral – em que você não sabe se está dormindo ou acordado e começa a ter lapsos de memória. Por exemplo, no meio do caminho para o trabalho você desacelera o carro e olha pra baixo porque não se recorda se colocou ou não as calças. Lembra daquele sonho quando você é moleque em que você está em público usando apenas roupas íntimas? Pois bem, você corre o risco de realmente vivenciar uma situação dessas.
Já ela, Mariana, estava entendendo o que era aquela mudança toda. Aquela coisinha pequena, frágil, quase transparente de tão branquinha teve problemas com o leite e acabou migrando para o complemento de soja. Depois disso, as cólicas passaram, assim como um chorinho desesperador que rasga o coração da gente, várias vezes. Ela recuperou rapidamente o peso perdido ao sair da Maternidade e continuou crescendo gostosa.


Segundo mês:
É quando você vê que há luz no fim do túnel e percebe que o pior passou. Comecei a perceber o crescimento dela e isso foi me tranquilizando um pouco. Continuamos sem dormir a noite toda, assim como no primeiro mês, ela continuou acordando duas ou três vezes por noite para mamar. Mas nesse momento ela começa a interagir mais, fala que é uma grandeza e deixa de ser aquele Tamagotchi (alguém se lembra?) para ser um bebê de verdade. Os movimentos ficam mais intensos e você pode aproveitar mais aquela coisinha gostosa.


Terceiro mês:
É melhor que o segundo, mas te faz perceber uma coisa boa e outra ruim. A ruim é que você realmente nunca mais irá dormir como antes. A boa é que o corpo se conscientiza disso e parece entrar num estado “piloto automático” e você executa as tarefas necessárias sem desmaiar e nem ir para o hospital. Neste mês, tomando banho e pensando um pouco tive o seguinte insight: “Meus problemas com o sono, ou a falta dele, eram na verdade a falta de uma filha.” Sim, porque agora se me deixarem quieto por mais de 10 minutos no mesmo lugar, eu durmo. Perdi a conta nesses últimos meses de quantas vezes minha adorável esposa precisou me acordar pra ir pra cama e sair do sofá, ou tirou meus óculos enquanto eu dormia, ou me cobriu após um breve desfalecimento sentado, ou tirou o controle remoto que havia ficado pendurado no meu peito, enfim... E olha a ironia, antes eu acordava várias vezes à noite porque perdia o sono. Agora que eu o tenho de sobra, tenho que acordar uma ou duas vezes por noite. Continua conversando que é uma beleza, estou com pena do namorado quando ela quiser discutir a relação.


Quarto mês:
A brincadeira ficou mais interessante e as conquistas dela são mais visíveis. Os sucos e as frutas passaram a fazer parte da alimentação. Nunca vimos alguém comer uma banana amassada com tanto prazer! O primeiro suco foi de goiaba, roubada do pé do vizinho. Não é fã de maçã, mas come. Agora não me chegue perto com mamão, não suporta. Suco de melancia também desce redondo.
Agora briga pra ficar sentada no carrinho e no banho. Aliás, no banho entra em modo parafuso e se mexe o tempo todo, contorce, bate o pé e a mão e segura a borda da banheira para tentar olhar do lado de fora. Tentamos colocar uns bichinhos na banheira para ela se distrair, mas ela só fica quieta com a embalagem do sabonete líquido.
E a grande novidade, ontem à noite na hora de dormir ela começou a se virar como costuma fazer. Normalmente ela gira as pernas como se fosse ficar de bruços, mas fica com o tronco e a cabeça de lado. Ela estava na ranhetação de dormir e eu e Tati na sala com a babá eletrônica e conversando. De tempos em tempo eu olhava o monitor pra ver se ela tinha dormido. De repente olho e ela está toda de bruços e com a cara enfiada no colchão. Dei um pulo e corremos pro berço. Depois de a virarmos, ela nos olha como se nada tivesse acontecido. A cara de sono ainda presente, chupeta na boca, na dela. Saímos do quarto e comentamos, pronto, lá se foi a noite, agora vamos ter de ficar de plantão pra toda vez que a bonitona se virar a gente acudir. Ela fez isso mais duas vezes. Aí sentei ao lado da cama e quando ela fez a terceira vez, deixei. Fiquei com a mão próxima e atento, caso ela precisasse, mas deixei ela se virada. De bruços, cara enfiada no colchão, braço direito preso embaixo do corpo. Mia, mia, balança a cabeça de lado e a descola um pouquinho do colchão. Finca a cabeça de novo no colchão, o braço esquerdo tenta empurrar, as pernas encolhem, fazendo um movimento como se fosse engatinhar. Ela ergue a cabeça, ainda com o braço direito preso, e dá uma olhada pra frente. A cabeça cai de novo no colchão, mas apenas para um breve descanso. Ela a ergue novamente e executando todos os movimentos ao mesmo tempo ela solta o braço direito e o apoia, junto com o esquerdo e pronto! Toda a aventura deve ter durado uns 15 segundos no máximo. Saí do quarto correndo e chamei a Tati. Tive de desvirá-la pra mostrar que estávamos ali e a enchi de beijos. E pensar que eu queria ser atleta e treinar anos com afinco para ter essa sensação de vitória e conquista que tive ontem.


Enfim, este foi uma recapitulação breve do que se passou. Espero ser mais frequente nos posts para acompanhar a frequência das conquistas.