sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Recapitulando... 1, 2, 3 e 4

Pois então, lá se foram pouco mais de 4 meses. Ainda não consegui perceber se foram extremamente lentos ou rápidos. Dependendo do que penso tenho uma opinião diferente. O que por um lado deve ser positivo, porque aqueles que têm filhos dizem sempre que essa fase “passa rápido”. Então, logo, se estou curtindo, está bom.
O silêncio dos últimos meses em um blog que pretendia registrar o crescimento da Mariana reflete nada mais nada menos que eu não tinha a mais vaga ideia do que me aguardava. Mas aqui estou para fazer uma recapitulação do quatro primeiros meses.

Primeiro mês:
Neste período – falo por mim, caso a mãe queira me acompanhar, fique à vontade –, tudo é desesperador. Embora ela tenha chegado cheia de saúde e termos recebido todas as recomendações possíveis, na primeira noite dela em casa conosco, sozinhos, passei parte da noite sentado ao lado do carrinho com a luz do nosso banheiro acesa e a porta entreaberta para me certificar de que ela estava respirando.
As mães e os pais que se propuseram a mergulhar na aventura irão entender quando eu disser que além de não sabermos o que ela está sentindo, talvez a segunda pior sensação seja a de não saber quando você irá/poderá dormir. Eu me senti como o Al Pacino naquele filme Insônia. Chega um momento – logo depois de você pensar em bater com sua cabeça na parede bem forte para desmaiar e dormir um pouquinho, mas desistir porque pode resultar em algum dano cerebral – em que você não sabe se está dormindo ou acordado e começa a ter lapsos de memória. Por exemplo, no meio do caminho para o trabalho você desacelera o carro e olha pra baixo porque não se recorda se colocou ou não as calças. Lembra daquele sonho quando você é moleque em que você está em público usando apenas roupas íntimas? Pois bem, você corre o risco de realmente vivenciar uma situação dessas.
Já ela, Mariana, estava entendendo o que era aquela mudança toda. Aquela coisinha pequena, frágil, quase transparente de tão branquinha teve problemas com o leite e acabou migrando para o complemento de soja. Depois disso, as cólicas passaram, assim como um chorinho desesperador que rasga o coração da gente, várias vezes. Ela recuperou rapidamente o peso perdido ao sair da Maternidade e continuou crescendo gostosa.


Segundo mês:
É quando você vê que há luz no fim do túnel e percebe que o pior passou. Comecei a perceber o crescimento dela e isso foi me tranquilizando um pouco. Continuamos sem dormir a noite toda, assim como no primeiro mês, ela continuou acordando duas ou três vezes por noite para mamar. Mas nesse momento ela começa a interagir mais, fala que é uma grandeza e deixa de ser aquele Tamagotchi (alguém se lembra?) para ser um bebê de verdade. Os movimentos ficam mais intensos e você pode aproveitar mais aquela coisinha gostosa.


Terceiro mês:
É melhor que o segundo, mas te faz perceber uma coisa boa e outra ruim. A ruim é que você realmente nunca mais irá dormir como antes. A boa é que o corpo se conscientiza disso e parece entrar num estado “piloto automático” e você executa as tarefas necessárias sem desmaiar e nem ir para o hospital. Neste mês, tomando banho e pensando um pouco tive o seguinte insight: “Meus problemas com o sono, ou a falta dele, eram na verdade a falta de uma filha.” Sim, porque agora se me deixarem quieto por mais de 10 minutos no mesmo lugar, eu durmo. Perdi a conta nesses últimos meses de quantas vezes minha adorável esposa precisou me acordar pra ir pra cama e sair do sofá, ou tirou meus óculos enquanto eu dormia, ou me cobriu após um breve desfalecimento sentado, ou tirou o controle remoto que havia ficado pendurado no meu peito, enfim... E olha a ironia, antes eu acordava várias vezes à noite porque perdia o sono. Agora que eu o tenho de sobra, tenho que acordar uma ou duas vezes por noite. Continua conversando que é uma beleza, estou com pena do namorado quando ela quiser discutir a relação.


Quarto mês:
A brincadeira ficou mais interessante e as conquistas dela são mais visíveis. Os sucos e as frutas passaram a fazer parte da alimentação. Nunca vimos alguém comer uma banana amassada com tanto prazer! O primeiro suco foi de goiaba, roubada do pé do vizinho. Não é fã de maçã, mas come. Agora não me chegue perto com mamão, não suporta. Suco de melancia também desce redondo.
Agora briga pra ficar sentada no carrinho e no banho. Aliás, no banho entra em modo parafuso e se mexe o tempo todo, contorce, bate o pé e a mão e segura a borda da banheira para tentar olhar do lado de fora. Tentamos colocar uns bichinhos na banheira para ela se distrair, mas ela só fica quieta com a embalagem do sabonete líquido.
E a grande novidade, ontem à noite na hora de dormir ela começou a se virar como costuma fazer. Normalmente ela gira as pernas como se fosse ficar de bruços, mas fica com o tronco e a cabeça de lado. Ela estava na ranhetação de dormir e eu e Tati na sala com a babá eletrônica e conversando. De tempos em tempo eu olhava o monitor pra ver se ela tinha dormido. De repente olho e ela está toda de bruços e com a cara enfiada no colchão. Dei um pulo e corremos pro berço. Depois de a virarmos, ela nos olha como se nada tivesse acontecido. A cara de sono ainda presente, chupeta na boca, na dela. Saímos do quarto e comentamos, pronto, lá se foi a noite, agora vamos ter de ficar de plantão pra toda vez que a bonitona se virar a gente acudir. Ela fez isso mais duas vezes. Aí sentei ao lado da cama e quando ela fez a terceira vez, deixei. Fiquei com a mão próxima e atento, caso ela precisasse, mas deixei ela se virada. De bruços, cara enfiada no colchão, braço direito preso embaixo do corpo. Mia, mia, balança a cabeça de lado e a descola um pouquinho do colchão. Finca a cabeça de novo no colchão, o braço esquerdo tenta empurrar, as pernas encolhem, fazendo um movimento como se fosse engatinhar. Ela ergue a cabeça, ainda com o braço direito preso, e dá uma olhada pra frente. A cabeça cai de novo no colchão, mas apenas para um breve descanso. Ela a ergue novamente e executando todos os movimentos ao mesmo tempo ela solta o braço direito e o apoia, junto com o esquerdo e pronto! Toda a aventura deve ter durado uns 15 segundos no máximo. Saí do quarto correndo e chamei a Tati. Tive de desvirá-la pra mostrar que estávamos ali e a enchi de beijos. E pensar que eu queria ser atleta e treinar anos com afinco para ter essa sensação de vitória e conquista que tive ontem.


Enfim, este foi uma recapitulação breve do que se passou. Espero ser mais frequente nos posts para acompanhar a frequência das conquistas.

Um comentário:

  1. Rodrigo, que medooooo!!! Mas fica tranquilo que todo mundo diz que só melhora com o tempo! Pra vc, fica a seguinte frase: ser PAI é padecer no paraíso.... Saudadonas!

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