Essa situação em que me encontro, de futuro-pai-à-distância, me permite algumas divagações.
Estava pensando na Fórmula 1, e descobri que da noite para o dia tornei-me pior que o Barrichelo no quesito atenção, para a família e os amigos.
Deixe-me “analogisar”.
Se até bem pouco tempo eu me alternava na pole position com outro carro (da mesma escuderia, porém de design muuuuito mais agradável aos olhos, melhor acabamento, maior potência no motor Ferrari); hoje sinto-me como se não apenas não conseguisse mais me aproximar da tal companheira de equipe, como também noto que sem que percebesse fui ultrapassado de forma avassaladora e sem pudores por um carro que hoje tem cerca de 6 cm (em franco crescimento, a bem da verdade) e a gente ainda nem sabe a qual escuderia ele pertence!
A companheira, vale dizer, enfrenta problemas com o combustível, com algumas peças e alguns comandos já não respondem. Mas seja por rádio ou até mentalmente, a equipe está sempre disposta e pronta a colaborar. Digo mais, não apenas a nossa equipe, mas até outras equipes se
colocam de prontidão ao menor sinal de que possa haver alguma informação vinda do cockpit dela. Se bobear e der linha cruzada, é bem capaz de aparecer um ilustre desconhecido do nada nos boxes e
perguntar: “Será que posso ajudá-la em alguma coisa? Limpar a viseira dela, encher um pneu?” Mas nada disso faz com que eu tenha a menor chance de recuperar, nem sequer me aproximar dessa liderança.
colocam de prontidão ao menor sinal de que possa haver alguma informação vinda do cockpit dela. Se bobear e der linha cruzada, é bem capaz de aparecer um ilustre desconhecido do nada nos boxes e
perguntar: “Será que posso ajudá-la em alguma coisa? Limpar a viseira dela, encher um pneu?” Mas nada disso faz com que eu tenha a menor chance de recuperar, nem sequer me aproximar dessa liderança.
Como se não bastasse, esse microcarro parece que tem contrato com toda e qualquer equipe que existiu, existe ou existirá na história da F1. Pelo que percebi, não será surpresa se nossa equipe de uma hora pra outra deixar de atender às nossas solicitações para fazer às dele, seja com instrução, equipamentos, novas tecnologias, infraestrutura, enfim.
Então, cá estou, relegado à terceira posição numa corrida de três, sem qualquer perspectiva de melhora nas próximas décadas. Contudo, ao contrário de Barrichelo, estou mais do que feliz e confortável com a posição, mesmo porque quem está atrás tem uma visão privilegiada da corrida. E, hoje, o que me importa é o mundial de construtores.
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