quinta-feira, 20 de setembro de 2012

1 ano


E já se passou 1 ano!

Parece que foi ontem; parece que faz um século. Ela chegou e tomou conta. Manda mais que a mãe (sim, é possível). Domina a rotina, dita as regras, diz quando tenho que levantar, quando vou dormir (e se vou dormir), informa com o que vou gastar, etc. Tudo isso sem falar nada, ou quase nada.

É impressionante como nossa vida muda. Parece clichê, mas por mais preparado que você esteja, essas coisinhas pequenas te surpreendem e te fazem perder o rebolado em várias situações.

Sempre sonhei em ser pai, era uma das poucas coisas que eu tinha segurança de dizer “vou tirar de letra”. Mal sabia eu que a pequena que viria teria tanta coisa a me ensinar sobre o que eu achava que já sabia.

A gravidez à distância é uma tortura, não recomendo. Ela então começou a me ensinar mais sobre paciência. Contar os dias, resignado, para ver a barriga foi um esporte desgastante praticado ao longo de quase oito meses.

Nas ultrassonografias e exames de rotina ela me ensinava sobre fé e espiritualidade. Acreditava que falar mentalmente com ela, perguntar se ela estava bem, se estava tudo andando conforme o esperado e imaginá-la respondendo positivamente às minhas perguntas ajudaria a tranquilizar a ela e a mim naqueles momentos.

Na descoberta do sexo, ela me ensinou sobre voz interior. Os pais não precisam do exame para descobrir o sexo, basta “escutar” um pouquinho. Nesse momento, ela também me ensinou que não escolhemos o nome, a gente descobre qual é. Ficamos séculos conversando sobre nomes de meninos e meninas, querendo decidir. E quando soubemos o sexo, Mariana saiu de nossas bocas, quase que em uníssono.

No dia do parto ela me ensinou sobre transmissão de calma e tranquilidade. Soube pouco tempo atrás que eu não aprendi. Mas o que importa é que ela tentou me ensinar.

Ao nascer, ela me mostrou a preciosidade e o valor da vida. Assistir àquela cena, saber que aquela vida ali está nas suas mãos para ser cuidada, protegida, educada... o Mastercard que me desculpe, mas ISSO sim não tem preço.

Na primeira noite em casa ela me ensinou sobre vigília. Por mais idiota que pareça, mesmo com o carrinho de bebê no seu quarto, é válido e compreensível sentar-se ao lado do carrinho ao longo da madrugada para se certificar de que o bebê está respirando.

Nos banhos e mamadas ela me ensinou, e ainda ensina, sobre a anatomia do corpo humano. As articulações e membros do nosso corpo têm na realidade uma finalidade mór: encaixar essas coisas pequenas e delicadas de forma que “elas” fiquem à vontade e sintam-se seguras. Esqueça dor nas costas, ombro, pescoço, braço, etc, Dorflex existe pra isso.

Mais recentemente ela tem me ensinado sobre comunicação, verbal e não verbal. Eu falo, ela presta atenção; ela fala, eu sorrio; eu falo, ela repete; ela fala, eu beijo; eu falo, ela não ouve; ela fala, eu babo.

Esses são alguns dos aprendizados percebidos ao longo deste ano. 

E pensar que foi só o primeiro...

Parabéns minha filha! E obrigado por tudo. Que Papai do Céu continue te iluminando e nos dando saúde para continuarmos aprendendo contigo.

Papai te ama.



quinta-feira, 19 de julho de 2012

Fim do nono mês

A frequência dos posts é inversamente proporcional à canseira que Maricota dá na gente. 
Várias as descobertas, cada vez mais corriqueiras as novidades.
Nos últimos dois meses ela viu que caminha caso se segure em qualquer coisa. E adora um par de mãos para sustentá-la de pé para que ela caminhe. 
Dá tchauzinho com as mãos. Bate palmas. Esboça algumas palavras que só conseguiremos fazer uma associação no futuro. Sapato, árvore e papai são as mais identificáveis. Já associa palavras que dizemos a objetos e presta atenção na nossa boca quando pronunciamos lentamente algo para ela repetir.
Fomos ao Rio no fim de junho para a defesa. Elas foram e voltaram de avião, e Mariana se comportou muito bem. Conheceu praia, pegou areia nas mãos com cara de nojo. Caminhou na areia e perto da água, mas não entrou no mar por causa do frio.
Ficou doentinha quando estivemos lá, por isso não pode aproveitar muito. Mas conheceu alguns tios e tias, tio e tia-avó e algumas pessoas queridas.
Continua a "Destemida do Caiçara". Dois dias depois do aniversário da mãe resolveu segurar com as mãos uma lagarta peluda, daquelas que queimam. Depois de muito choro, uma ida ao hospital, remédio e pomada, ela voltou a brincar no fim daquele dia, engatinhando e batendo palmas.
Ainda não dorme a noite toda, para o desespero dos pais. Mas quando vemos as fotos e vídeos de meses passados é que percebemos como nossa princesa está crescendo e se desenvolvendo.
Amanhã ela completa 10 meses. Achamos que dentro dos próximos dois ela começa a andar. E quando começar a falar, pelo visto, vai ter conversa pra mais de metro...
O vídeo abaixo mostra ela brincando com o presente que ganhou da bisa, a girafa Gigi, sua paixão do momento.


terça-feira, 24 de abril de 2012

Início do sétimo mês

O sétimo mês mal começou e nossa Mariana já tem uma nova gordice. A moça agora só quer ficar em pé e aproveita qualquer apoio para tentar se erguer.
Além de Dedé, ela agora também fala Papá. A Tatiana assegura que está mais pra comida; eu tenho certeza de que ela está tentando falar Papai.
É definitivamente Mariana gasolina, a qualquer hora ela topa um voltinha de carro.
A vó Cristina está tentando viciá-la em bolachinha maisena. Se vai dar certo, não sei, mas que ela se amarra e fica entretida com a bolachinha, isso ela fica.


terça-feira, 17 de abril de 2012

Sexto mês

Embora o sexto mês ainda não tenha acabado, achei necessário adiantar algumas coisas. 

Dona Mariana realmente adora fazer gordice, e está se especializando no assunto. Na última semana a moça foi colocada sentada no berço para trocar a roupa. A mãe se virou para o armário para pegar a roupa e quando voltou-se para o berço a garota estava em pé, segurando na grade e olhando para o chão. Quando a mãe conseguiu engolir o coração de volta, foi até a menina e a colocou sentada novamente. A partir de então, ela entendeu que os dois braços servem, também, para ajudá-la a se levantar (quando está sentada). Agora toda vez que vamos colocá-la sentada em algum lugar é um sacrifício, porque ela endurece as pernas para ficar em pé e custa a sentar.

Outra descoberta da semana passada foi a brincadeira "Cadê a Mariana?" Costumávamos colocar a fralda na frente do rosto e dizíamos: "Cadê o papai?" ou "Cadê a mamãe?" ou "Cadê a boneca?". Depois descíamos a fralda e terminávamos a brincadeira com o "Achoooooooou!" Até que Dona Mariana pegou a fralda com as duas mãos e colocou na frente do rosto dela. A gente se olhou e começou: "Cadê a Mariana?". Ela então puxa a fralda com força e se revela. Aí a gente manda o "Achoooooou!" Ela se amarrou e quando começa a brincadeira faz a gente ficar rouco de tanto repetir. Às vezes a fralda passa da cabeça, ou escorrega das mãos, ou fica embolada, mas a brincadeira continua. Outro dia ela foi comigo no mercado e quando olhei pro banco de trás ela estava fazendo a brincadeira sozinha. Então comecei com o "Cadê a Mariana?" pra dar uma força. Ontem, no banho, ela pegou dois bichinhos e tentou fazer o que faz com a fralda. Obviamente não deu pra se esconder, mas o movimento e o posicionamento foram os mesmos. 

De resto, a moça bate um bom prato de comida, o que é muito bom de se ver. Curte uma gelatina. E se amarra em suco. É ótima parceira pra sair de casa, curte uma voltinha de carro, de carrinho ou carregada mesmo.

É muito risonha conosco e com quem tem mais contato, mas dificilmente abre um sorriso pra quem não conhece. Fica com aquela cara de "Eu hein? Te conheço?" Quando ela faz a cara me lembro do filho de uma amiga que fazia uma cara super simpática pra quem não conhecia.

Pela primeira vez teve uma indisposição que não estava relacionada a vacinas. Teve febre, diarreia e ficou dengosinha. 


Tem se comportado muito bem quando sai com a gente. Uma mocinha!


terça-feira, 27 de março de 2012

Quinto mês

A papinha foi a novidade do mês. Adorou e come que é uma beleza. Ela mostra uma certa preferência pelo frango em comparação com a carne moída.
Fica sentada sozinha, pega os brinquedos que estão em volta e já levanta os braços se fizermos menção de pegá-la no colo. 
Com a mamãe, gargalha que é uma grandeza. Qualquer besteira é motivo pra se escancarar.
As frutas ela já mostra sua preferência. A amada banana é imbatível, mas o tal do caqui causou uma comoção. Ela se amarrou.
Quando vê a porta do carro abrir e enxerga sua cadeirinha ela se abre toda. Está se tornando uma Mariana gasolina. Diferentemente de quando era bem pequenininha, agora ela dá suas cochiladas com o balanço do carro.
Continua babando que é uma grandeza, não sei como não desidrata. 
Já passeia no carrinho na posição sentada. Vai olhar a mãe e a vó caminharem no parque e fica passeando sentada e conversando.
As noites ainda são uma incógnita. Não sabemos se vai ser light ou punk. Continua acordando pelo menos uma vez para mamar. Teve um dia que emendou de 23h até quase 6h. Mas nem assim dormimos a noite toda. A mãe então, parece a Telesena, de hora em hora vai ver se a menina está com frio, calor, fome, soluço, coberta, descoberta, se tem mosquito, se o ar está funcionando, se o ventilador está muito em cima dela, etc. Brincadeiras a parte, não poderia estar em melhores mãos.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Recapitulando, versão mamãe!

A versão da mãe...

Como disse o pai, o primeiro mês é desesperador. Mas acho que o susto serve pra você ver que “o depois” sempre é melhor!
Para não perder alguns detalhes e sentimentos dessa primeira fase aqui vai o meu depoimento.

Quando a gente ouviu o coração dela a primeira vez foi emocionante. Você não tem ideia que uma coisa (porque literalmente é uma coisa sem forma nenhuma) que mede 3 cm tem um coração que bate! É uma novidade e um susto. Mas só fui me dar conta de que era mãe quando vi seus dedinhos. Esse ultrassom foi o “ó”. Muitos enjôos depois e nenhum desejo (a não ser por um tomate no horti-fruti) eu fui curtir a gravidez mesmo no período dos 6 aos 7 meses, depois minha barriga estava enorme e tudo incomodava.

Maternidade
Cesariana agendada porque a Mariana não queria saber de sair lá de dentro. Achamos que seria um bebê dorminhoco e preguiçoso... HAHAHAHAHAAHA! (perceberam a gargalhada né?).
Claro que foi paixão instantânea e você acha aquela carinha toda amassada a coisa mais linda do mundo e todos os bebês não chegam nem perto do seu em termos de graça. Depois você olha as fotos (hoje as de quase 4 meses e meio) e pensa que estava cega de hormônios. E estava mesmo, cheia de hormônios você quer matar todo mundo que chega perto do seu bebê. Enfim, pensando bem, ainda hoje devo ter algum excesso de hormônio...
Dormiu uma semana no quarto do papai e da mamãe e já foi p seu berço no seu próprio quarto (desespero nosso, mas temos que criar filhos independentes). Desde esse dia ela dorme sozinha.
E aí começam as neuras e meu coração a ser partido em caquinhos... primeiro dia de vida e ela leva uma injeção!! O que é isso gente?!!! É um absurdo!!! Mas beleza, eu não podia sair correndo da cama para pegá-la, então a enfermeira deu a injeção e o pai quase teve um infarto.
Quatro dias de hospital e casa. Bem, aí vem a parte que o marido contou sobre o sono e a amamentação. Mas no segundo dia de casa... outra furada: colocar os brincos! Mulher sofre desde que nasce!

Primeiro mês
Falta de sono, excesso de hormônios e aquele monte de aula de microbiologia na cabeça... resultado: eu mato quem não lavar as mãos antes de pegar a Mariana! (E isso vale até hoje, ok?! Fica a dica para não levar uma xingada.)

Segundo mês
Tudo o que o marido escreveu, mas tem um detalhe, todo e qualquer espasmo do rosto da mariana eu tinha que convencer o Rodrigo de que não era sorriso! Trabalho árduo de conscientização.
As vacinas deram uma reação forte e pela primeira vez experimentamos a sensação de ver ela “doente”. É de rachar a gente ao meio e desse dia em diante você reza muito para ela não ter nada nunca, porque você acha que vai morrer!

Terceiro mês
Tudo o que o marido descreveu... acrescentando que Mariana é um bebê grande e já perdeu um monte de roupinhas! Começou a passear, foi no shopping, almoçar fora, toma sol de tardezinha caminhando com o papai no baby bag... 
É uma Maria Gasolina e adora andar de carro. Diferentemente da maioria dos bebês ela raramente dorme com o “balancinho” do carro. Fez sua primeira viagem para Dourados no dia 30/12. Comportou-se muito bem a não ser pelo berreiro quando viu a cara do avô. E isso se tornou uma prática, Mariana estranha tudo. Alguém diferente aparece e a primeira reação é esticar um beicinho e choradeira. Depois de alguns segundos e umas gracinhas, um sorrisão. Traços de personalidade...

Quarto mês
Mariana tem dormido bem melhor e aprendeu a fazer manha. Estou tentando escrever uma tese de doutorado. Fico no computador de manhã e ela deitada na cama atrás de mim. Aí começa com um hããããããããããããããããããããããããã... respira e hããããããããããããããããããããããããã... respira e hããããããããããããããããããããããããã até eu falar e brincar um pouco com ela. Dá um tempo de uns 10 minutos e... hããããããããããããããããããããããããã.

Essa noite aprendeu a virar de bruços e o pai quase morreu de apreensão! Se fosse por ele teria dormido no lado do berço dela, mas se conteve e foi dormir comigo. J
Nunca vi alguém gostar tanto de uma banana e ser tão convincente em odiar mamão (ela faz ânsia de vômito quando se coloca mamão na boca dela, seja a fruta esmagada ou o suco! Personalidade...
A gente pagou para fazer as vacinas particulares e não adiantou nada. Reação forte na Mariana de novo. (Quando encontrarmos a médica de novo ela vai se lembrar pro resto da vida quem é a mãe da Mariana...)

Acredito que o quinto mês será adorável. Vão começar as papinhas.
Fora isso, fica uma observação importante: o papai é apaixonado pela Mariana e baba, mas baba muito pela sua pequena. Se pudesse teria dado de mamar. Tem sido um pai excelente, com disposição mesmo quando dorme com ela no colo. Eu até to pensando em ensinar a primeira frase da Mariana para surpreender o papai quando chegar do trabalho “papaizinhoooo, carro zero...”. No outro dia com certeza vai ter uma Ecosport ou uma Duster com fita vermelha na porta. J

Quanto a mim, acho que tenho me saído muito bem também. 


Recapitulando... 1, 2, 3 e 4

Pois então, lá se foram pouco mais de 4 meses. Ainda não consegui perceber se foram extremamente lentos ou rápidos. Dependendo do que penso tenho uma opinião diferente. O que por um lado deve ser positivo, porque aqueles que têm filhos dizem sempre que essa fase “passa rápido”. Então, logo, se estou curtindo, está bom.
O silêncio dos últimos meses em um blog que pretendia registrar o crescimento da Mariana reflete nada mais nada menos que eu não tinha a mais vaga ideia do que me aguardava. Mas aqui estou para fazer uma recapitulação do quatro primeiros meses.

Primeiro mês:
Neste período – falo por mim, caso a mãe queira me acompanhar, fique à vontade –, tudo é desesperador. Embora ela tenha chegado cheia de saúde e termos recebido todas as recomendações possíveis, na primeira noite dela em casa conosco, sozinhos, passei parte da noite sentado ao lado do carrinho com a luz do nosso banheiro acesa e a porta entreaberta para me certificar de que ela estava respirando.
As mães e os pais que se propuseram a mergulhar na aventura irão entender quando eu disser que além de não sabermos o que ela está sentindo, talvez a segunda pior sensação seja a de não saber quando você irá/poderá dormir. Eu me senti como o Al Pacino naquele filme Insônia. Chega um momento – logo depois de você pensar em bater com sua cabeça na parede bem forte para desmaiar e dormir um pouquinho, mas desistir porque pode resultar em algum dano cerebral – em que você não sabe se está dormindo ou acordado e começa a ter lapsos de memória. Por exemplo, no meio do caminho para o trabalho você desacelera o carro e olha pra baixo porque não se recorda se colocou ou não as calças. Lembra daquele sonho quando você é moleque em que você está em público usando apenas roupas íntimas? Pois bem, você corre o risco de realmente vivenciar uma situação dessas.
Já ela, Mariana, estava entendendo o que era aquela mudança toda. Aquela coisinha pequena, frágil, quase transparente de tão branquinha teve problemas com o leite e acabou migrando para o complemento de soja. Depois disso, as cólicas passaram, assim como um chorinho desesperador que rasga o coração da gente, várias vezes. Ela recuperou rapidamente o peso perdido ao sair da Maternidade e continuou crescendo gostosa.


Segundo mês:
É quando você vê que há luz no fim do túnel e percebe que o pior passou. Comecei a perceber o crescimento dela e isso foi me tranquilizando um pouco. Continuamos sem dormir a noite toda, assim como no primeiro mês, ela continuou acordando duas ou três vezes por noite para mamar. Mas nesse momento ela começa a interagir mais, fala que é uma grandeza e deixa de ser aquele Tamagotchi (alguém se lembra?) para ser um bebê de verdade. Os movimentos ficam mais intensos e você pode aproveitar mais aquela coisinha gostosa.


Terceiro mês:
É melhor que o segundo, mas te faz perceber uma coisa boa e outra ruim. A ruim é que você realmente nunca mais irá dormir como antes. A boa é que o corpo se conscientiza disso e parece entrar num estado “piloto automático” e você executa as tarefas necessárias sem desmaiar e nem ir para o hospital. Neste mês, tomando banho e pensando um pouco tive o seguinte insight: “Meus problemas com o sono, ou a falta dele, eram na verdade a falta de uma filha.” Sim, porque agora se me deixarem quieto por mais de 10 minutos no mesmo lugar, eu durmo. Perdi a conta nesses últimos meses de quantas vezes minha adorável esposa precisou me acordar pra ir pra cama e sair do sofá, ou tirou meus óculos enquanto eu dormia, ou me cobriu após um breve desfalecimento sentado, ou tirou o controle remoto que havia ficado pendurado no meu peito, enfim... E olha a ironia, antes eu acordava várias vezes à noite porque perdia o sono. Agora que eu o tenho de sobra, tenho que acordar uma ou duas vezes por noite. Continua conversando que é uma beleza, estou com pena do namorado quando ela quiser discutir a relação.


Quarto mês:
A brincadeira ficou mais interessante e as conquistas dela são mais visíveis. Os sucos e as frutas passaram a fazer parte da alimentação. Nunca vimos alguém comer uma banana amassada com tanto prazer! O primeiro suco foi de goiaba, roubada do pé do vizinho. Não é fã de maçã, mas come. Agora não me chegue perto com mamão, não suporta. Suco de melancia também desce redondo.
Agora briga pra ficar sentada no carrinho e no banho. Aliás, no banho entra em modo parafuso e se mexe o tempo todo, contorce, bate o pé e a mão e segura a borda da banheira para tentar olhar do lado de fora. Tentamos colocar uns bichinhos na banheira para ela se distrair, mas ela só fica quieta com a embalagem do sabonete líquido.
E a grande novidade, ontem à noite na hora de dormir ela começou a se virar como costuma fazer. Normalmente ela gira as pernas como se fosse ficar de bruços, mas fica com o tronco e a cabeça de lado. Ela estava na ranhetação de dormir e eu e Tati na sala com a babá eletrônica e conversando. De tempos em tempo eu olhava o monitor pra ver se ela tinha dormido. De repente olho e ela está toda de bruços e com a cara enfiada no colchão. Dei um pulo e corremos pro berço. Depois de a virarmos, ela nos olha como se nada tivesse acontecido. A cara de sono ainda presente, chupeta na boca, na dela. Saímos do quarto e comentamos, pronto, lá se foi a noite, agora vamos ter de ficar de plantão pra toda vez que a bonitona se virar a gente acudir. Ela fez isso mais duas vezes. Aí sentei ao lado da cama e quando ela fez a terceira vez, deixei. Fiquei com a mão próxima e atento, caso ela precisasse, mas deixei ela se virada. De bruços, cara enfiada no colchão, braço direito preso embaixo do corpo. Mia, mia, balança a cabeça de lado e a descola um pouquinho do colchão. Finca a cabeça de novo no colchão, o braço esquerdo tenta empurrar, as pernas encolhem, fazendo um movimento como se fosse engatinhar. Ela ergue a cabeça, ainda com o braço direito preso, e dá uma olhada pra frente. A cabeça cai de novo no colchão, mas apenas para um breve descanso. Ela a ergue novamente e executando todos os movimentos ao mesmo tempo ela solta o braço direito e o apoia, junto com o esquerdo e pronto! Toda a aventura deve ter durado uns 15 segundos no máximo. Saí do quarto correndo e chamei a Tati. Tive de desvirá-la pra mostrar que estávamos ali e a enchi de beijos. E pensar que eu queria ser atleta e treinar anos com afinco para ter essa sensação de vitória e conquista que tive ontem.


Enfim, este foi uma recapitulação breve do que se passou. Espero ser mais frequente nos posts para acompanhar a frequência das conquistas.